quarta-feira, 2 de novembro de 2011

ICICKM 2011 - Bangkok, Thailand

Embora a minha conferência tenha sido cancelada (ler post anterior - KM and IC Workshops 2011), o ICICKM 2011 Bangkok University aconteceu no Imperial Queen's Park Hotel.  Houve um grande esforço por parte do ACI e da Universidade de Bangkok para transferir a conferência para o hotel.  Confesso que a minha apreensão só aumentava, visto que eu acompanhava de perto o status das enchentes que já haviam chegado a Bangkok. O rio Chao Phraya avançava por várias áreas de Bangkok e a cidade se preparava para o pior:



Curioso que eu havia visitado o Palácio Real (foto acima) e o Templo do Buda Esmeralda no dia anterior e as coisas ainda estavam "controladas"por  lá.  Eis algumas fotos da visita ao belíssimo Grand Palace:



 Na noite anterior ao início do evento, Mathana Santiwat, reitora da Bangkok University, nos ofereceu uma jantar reservado. Foi um bate papo entre reitores de escolas da França, Eua, Brasil, Tailândia, Cingapura e Hong Kong. Na pauta, temas como o futuro da universidade, disciplina orçamentária, execução, captação e evasão, a universidade do século XXI e mais...

Mathana Satiwat, Reitora da Universidade de Bangkok



Na manhã seguinte, início do evento que obteve em 2011 a maior participação desde seu início, mesmo com a quebra de 25% em virtude das inundações na Tailândia. Eu fui "chair" de várias sessões técnicas e presenciei apresentações e debates interessantíssimos em temas como, e.g.,  "social tv" , "social capital", "collective knowledge", "organizational epistemology", dentre outros. Um paper que me chamou a atençao, curiosamente, foi o de um jovem doutor tailândes. Com uma pesquisa muito bem desenhada e um processo rigoroso de análise de dados em comunidades (netnography/etnography), o autor demonstrava que o capital social tailândes jogava contra toda a lógica preconizada nas teorias de criação de conhecimento e inovação.

Na minha apresentação, uma sessão lotada e um debate muito animado. Boa parte da platéia não conhecia a técnica de análise de dados que usamos - eu e o Prof. Chun Wei Choo - para a análise da parte qualitativa da pesquisa: conceptual mapping e mind mapping. A técnica é extremamente importante para visualização e redução de dados, eis alguns mapas utilizados nestes 2 anos de trabalho com a University of Toronto - FIS :




 Para quem quiser se informar mais sobre o trabalho de análise qualitativa via concept mapping/mind mapping, paper free online, (Novak & Canãs, 2008):

http://cmap.ihmc.us/publications/researchpapers/theorycmaps/theoryunderlyingconceptmaps.htm

Embora o paper do Cañas tenha sido a referência, quero aqui dar o crédito ao parceiro de pesquisa de longa data, Renato Rocha Souza, hoje na Escola de Matemática Aplicada da FGV-RJ, pioneiro no uso de mapas desde o início de 2000. Foi Renato quem me "aplicou" na parada!  :)

Eis algumas fotos da minha apresentação, com agradecimentos à minha queridíssima Fundação Dom Cabral, compromisso já assumido desde janeiro de 2011:


Com o colega, Dr. Vincent Ribiére, Diretor do Doutorado em Gestão do Conhecimento da Bangkok University



Geoff Turner, Editor, EJKM

William E. Halal, Professor Emérito,  George Washington University

Sue Nugus - Conference Director - ACI - Great Britain



Após a apresentação, tratei de tentar antecipar a minha volta, mas o Aeroporto de Bangkok estava com sua capacidade totalmete esgotada. O atraso me fez cancelar as palestras em Cingapura e Barcelona, visto que as datas de chegada não serão cumpridas. O lado bom de Cingapura foi rever Vijay Sethi e Ian McGovern, colegas no GCPCL 2010/2011 na Harvard Business School. Vijay e Ian são professores na prestigiada Nanyang Technological University - Singapore.





Ia me esquecendo... o colega Vincent Ribiére me convidou a participar do programa de Doutorado da Bangkok University como professor visitante/lecturer.  Iremos oficializar em breve.

Abraços e até o próximo post!












terça-feira, 25 de outubro de 2011

Bangkok, Thailand

Cada visita ao Oriente me deixa mais impressionado, mais curioso e - pasmem! - mais  inquieto: são tantos saberes, tantos sentidos, tantas formas de se enxergar o mundo... é difícil tentar explicar com o meu modelo de racionalidade ocidental... minha formação cartesiana/positivista me limita em vários aspectos... uma vida inteira é muito pouco para aprendermos...


Meu último post neste blog foi feito na China e retomo "digitando" daqui de Bangkok, Tailândia. Este é um compromisso pela Fundação Dom Cabral: trata-se do  ICICKM 2011 - 8th International Conference on Intellectual Capital, Knowledge Management & Organisational Learning – The Institute for Knowledge and Innovation Southeast Asia (IKI-SEA) of Bangkok University, Bangkok, Thailand 27-28 October 2011. Vim apresentar o trabalho residual do meu pós-doutorado, fruto do período de pesquisa com o Professor Chun Wei Choo .

Nosso artigo "Beyond KM: The Management of BA in Knowing Organizations" é o último projeto da série 2009/2011. Cheguei ontem em um vôo cansativo (BH-SP-Cingapura-Bangkok), amenizado pelo melhor serviço de bordo que já experimentei. Até então, a Emirates era a número 1 da minha lista, tendo sido destronada pela excepcional Singapore Airlines


Estou bastante apreensivo com a situação das enchentes e inundações aqui na Tailândia.  Estou em uma  área de Bangkok ainda não atingida, mas a expectativa é que isso venha a acontecer. Segundo o último alerta do  Bangkok Post, é bem provável que as todas as ruas sejam inundadas com profunidade média de 1 metro. Hoje observei várias lojas, casas e prédios com diques e barricadas:






Embaixada Brasileira na Tailândia acaba de postar mensagem desaconselhado viagens para a Tailândia nos próximos dez dias. Vamos ver no que vai dar..


Por conta disso, minha conferência de amanhã foi cancelada:










 Em princípio, a apresentação do dia 27 está mantida, conforme programação do site:


Por fim, amanhã também jantarei com o Reitor da Universidade de Bangkok e o colega Vincent Ribiére.

Até!

Riva

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

“Life is lived forward but understood backward" - Kierkegaard - Harvard Center China - Jan 20th, 2011

Minha programação hoje era acordar bem cedo, deixar as malas prontas (embarco para Pequim amanhã) e aproveitar a caminhada no "The Bund", às margens do Rio Huangpu. Tudo certo, tudo ok! Só me esqueci de abrir a cortina.... e olhar para fora...



e olha que me disseram que neve era evento raro em Shanghai... e a previsão do tempo também não contava com neve nesta semana...

Chegamos ao fim do programa e a última sessão de meio dia começa daqui a pouco. Ontem assistimos uma apresentação do David Garvin sobre sua pesquisa acerca da relação "Teaching MBA X Teaching Executive Education". Paul Marshall estimulou bastante as minhas contribuições, por já conhecer o nosso business na Fundação Dom Cabral.  Para ele, há diferenças, mas mais similaridades. Em minha opinião, MBA e Exec Ed são dois animais completamente diferentes e demandam uma mudança radical de mindset. Eu aprendi isso no dia a dia desses 5 últimos anos na FDC.... Em linhas gerais, a pesquisa de Garvin é organizada ao redor de 5 categorias analíticas:

  1. Students (or/and Participants)
  2. Class Preparation
  3. Participation & Norms
  4. Class Dynamics
  5. Objectives/Orientation/ Goals
Ao final, bem ao estilo do pragmatismo de Harvard, ele apresenta uma lista de guidelines, do's and don'ts. Gostei muito de uma citação que o Garvin fez a um trabalho do C. Roland Christensen:

“ Teaching is like dropping ideas into the letter box of the human subconscious.  You know when they are posted but you never know when they will be received or in what form.”

Por último e não menos importante, em uma conversa informal com Paul Marshall no jantar de encerramento ontem  a noite, compreendi a composição das receitas da HBS (tutiotin/fees 20% - exec ed 23% com 3000 participantes/ano - doações na casa dos 6 bilhões de dólares, só na HBS -  Harvard Business Publishing em franco crescimento - E-Learning)

Acredito que este seja o último post desta viagem. Não terei acesso ao blogger em Pequim. Até a próxima!
Riva


Com  Martin Mocker (ESB Business School, Germany), Ian McGovern (
Nanyang Technological University) e Paul Marshall (Harvard Business School)



com Rosario Silva (IE Business School, Spain)


The Bund, Huangpu River - view from the Pudong Shangri-la Hotel

Harvard Center Shanghai- GCPCL/CSCD Seminar 2011 - China - Jan 18th & 19th

Nós na Fundação Dom Cabral temos uma verdadeira obsessão pelo perfeccionismo e ficamos profundamente chateados quando as coisas não acontecem como planejamos. Isso é bom por um lado - a busca pela excelência - e ruim por outro, uma vez que "sometimes, shit happens": as oportunidades de reflexão e aprendizado são os caminhos a serem trilhados. 

Para ilustrar, relato um acontecido do primeiro dia do programa de Harvard aqui na China. Após as boas vindas e abertura do programa, o Chairman do Programa  -  Paul Marshall - descobriu (e eu fui meio que o "dedo-duro") que nenhum dos materiais havia sido postado no website do programa na plataforma de Harvard (e olha que eu  enviei dois emails - ainda no Brasil - para o coordenador do programa, alertando-o sobre o fato). Assim sendo, não havia como trabalhar no turno do manhã. Além disso, parte do material impresso também não havia chegado e a sala de aula não estava totalmente funcional no belíssimo e bem equipado Harvard Center aqui em Shanghai:



com Paul Marshall, HBS, na coquetel de recepção e jantar - Pudong - Shangri-la 

 Após uma primeira sessão de 1:20 que foi uma perda de tempo total e absoluta (eu me entreti com o jogo de cintura e a capacidade de improvisação do Marshall), a turma toda que toca o programa se reuniu em uma sala anexa (portas fechadas!) para acertar os ponteiros. Parafraseando meu amigo Ian McGovern, professor em Cingapura, "voaram penas para todos os lados". É óbvio que o programa e a performance de todos foi prejudicada na manhã, mas...

com Ian McGovern, Cingapura

É bom lembrar que o seminário é sobre case writing: a lógica é compreender o framework que governa a elaboração de casos da Harvard Business School. Já adianto que os casos de Harvard possuem uma lógica bem diferente dos casos que escrevemos para nossos programas de mestrado e/ou doutorado. Nossos casos, em sua maioria, tendem a ser casos de pesquisas, em sua maioria descritivas, ao passo que os de Harvard são "protagonist-based". Há casos de Harvard que vem acompanhados de "teaching notes", auxílio interessante para outros professores do mundo inteiro interessados em utilizar casos de Harvard em suas disciplinas. A estrutura dos TN's (teaching notes) é simples e inteligente:

  1. Case Synopsis
  2. Case Teaching Objectives
  3. Opportunities for student analysis (quantitative/qualitative)
  4. Teaching Sequence (pouca gente sacou isso: a sequência segue o "estilo do professor" ou o contexto por ele enfrentado - action-analysis ou analysis-action)
  5. Additional Topics
  6. Wrap-ups (chamamos no Brasil de "amarração)
  7. Unanswered and thought-provoking questions
  8. Exhibits (alguns inexistem na versão dos alunos, só o professor tem acesso)
Eu sempre me perguntei o que torna um caso interessante e joguei a provocação aqui na minha apresentação. As respostas foram meio óbvias: boa história/estória, 10 páginas, múltiplas questões/conteúdo, ambiguidade, pushbacks, not the "obvious answers", etc.. ou a pergunta é pouco relevante, ou precisamos nos aprofundar mais no debate... Marshall me respondeu com outra pergunta: "ao utilizar casos, o que vc está tentando desenvolver? Conteúdo? Habilidades (commitment to act, how to get things done)? Ou atitudes?  Bem interesante...

Nas sessões seguintes, Noam Wasserman (bastante envolvido com as questões metodológicas em Harvard) me questionou sobre a forma de escrever casos da FDC. Não me senti à vontade para falar da FDC (até mesmo pq não sei como os colegas escrevem seus casos), mas apresentei o meu framework (muito bem aceito pelos colegas, com muitas cabeças acenando em sinal de positivo):
  1. Goals/Objectives
  2. Problem Framing/Questions
  3. Analysis
  4. Trade-offs/ Decision Making
  5. Lenght of the case/ ammount of preparation
O objetivo de Wasserman era conectar plano de aula, case writing e teaching notes, retomando a perspectiva que relatei em post anteriores deste blog: "pastures & takeaways". Wasserman questiona a forma como os professores mais antigos de Harvard escrevem seus casos e propõe uma nova fórmula, totalmente ligada à pesquisa. Para isso, os tediosos casos da Virtualis e Ockham (vejam post anterior) serviram  de ilustração. Wasserman deixou um "homework" para ser entregue até a meia noite.

Eu me senti bem a vontade no programa, até porque levei a preparação aí no Brasil ao extremo. Outro facilitador foi o fato de ter escrito um caso para a disciplina de inovação em uma turma do MBA em Consórcio da FDC (vejam posts anteriores), com uma lógica bastante parecida e já apurada após minha participação no GCPCL de julho/2010.

O desafio de ontem e hoje era preparar entre 6 e 8 takeaways para um caso que Wasserman escreveu. Dispunhamos de uma versão reduzida do caso Ockham e de extratos da entrevista com o fundador da empresa. Fui líder da minha sessão, grupo 2, composta majoritariamente por chineses. As barreiras à comunicação e diferenças culturais surgiram. Após 20 minutos de discussão, percebi que a maioria não havia preparado nada e meio que me pediram para fazer sozinho e enviar para a coordenação do programa. Além dos takeaways,  Wasserman insistia em um "bullet list outline" para os dilemas de funding da empresa. Trabalhei até as 23:45 e enviei o draft abaixo:

GCPCL – CWCD Seminar – Shanghai, China, 2011
Group 2

POTENTIAL TAKEAWAYS

1.      Entrepreneurial behavior (concepts, trade-offs)
2.      VC x Angels (definitions, trade-offs, short and long term consequences, decision making)
3.      Equity Splitting: Founding/start up with Friends (potential problems)
4.      Outsource x Inhouse – context-based decision?
5.      Board assembly –


BULLET-LIST OUTLINE FOR THE “VC-versus-Angel” SECTION

·         VC, Private Investors, Angels
·         Due Diligence/Valuation
·         Dealing with different offers (bounded rationality, decision making)
·         Cutting a deal/Negotiation (anti-dilution provision and other contract issues)
·         “Selling without a product”- (cash flow needs, long term funding)
·         Avoiding pitfalls – The assembly of the board (avoiding unilateral actions)



No início da sessão de hoje, Wasserman comentou acerca dos resultados. Gostei do framework dele: um
potencial takeaway (aquilo que vc quer que seus alunos levem pra casa como aprendizado) é uma matriz 2x2,
cujas variáveis são "obvious - non obvious" x "not important - important".  
O seu takeaway é igual a non-obvious + important. Bingo! Cravamos dois na lista acima (equity splitting e outsource x in house context-based decision)

Por fim, terminamos o dia com a dolorosa missão de escrever partes de um caso de Harvard e acabou sobrando para mim. Acabo de receber os resultados e Bingo! novamente!  :)

HBS – CWCD Seminar – Shanghai, China – Wasserman’s Assignmet – Jan, 19th, 2010
Group 2

CASE INTRODUCTION

Jim Triandiflou was facing many difficult - yet conflicting -  decisions running his business and was anxious to figure out more clearly all of the trade-offs and possible outcomes. Even though he was aware of his bounded-rationality when it came to decision making, it was time to face the fact that major issues had to be solved and serious decisions had to be made. He never thought too much of himself as an entrepreneur, but now suddenly found himself as one, dealing with the fact that his co-founders and management team were having a hard time trying to figure out whether to keep their old jobs (and salaries), or quitting and working full time in their new enterprise, and even putting some money and splitting equity among them. Finding a founding team is never an easy task. Should we all work full time? Should we have the same equity? How much of our own money should we put in our new venture? What are the competencies we need to be successful?
 After discussing and writing their business plan and financial propositions, they finally had their start-up that was aimed to fill in a hole in the software industry. They decided to develop a software to sit right in between Siebel (the sale reps side and CRM) and SAP (finance). It looks like their idea of SMA (Sales Force Automation) was a promising one and they named their company Ockham. Triandiflou and associates gave themselves six months to sell something, but most of their efforts showed no results. Along the way, something happened on the way to heaven:  IBM bought their idea, as IBM was flying blind on measuring the performance of their sales force. After having a hard time with their prototypes and only partially solving the problems, they closed the deal and went out selling products that they didn’t have.  
Triandiflou had to speed things up, but wasn’t sure about the hiring of his developing and operational staff:
“Outsource or in-house? Is that some sort of context-based decision? What are the trade-offs?”
Finally,  two interdependent issues needed an answer: strategy and funding. Triandiflou knew that the strategy would determine the funding, but the funding would shape the strategy. Venture capitalists were said to be vultures, while “Angles” might not have the amount of money they needed before becoming profitable.  Cash flow and profits: tough decisions, tough times and “time will tell”.



VC versus ANGEL SECTION
When it came to work on the funding for Ockham Technologies, Triandiflou was more confident:
“oh, we were flying high. Because the IBM deal, there was $50.000 upfront, 90.000 for the next piece, and then it was a $500.000 piece after that, which turned into a million. We didn’t even had a product, for gosh sakes.”
After having moved the company to the ATCD – Atlantic Technology Development Center - Triandiflou’s and Ockham’s credibility were climbing high. Therefore, a few different funding possibilities were opening for them. Should they go with private investors, venture capitalist or “Angels”? Is there a best option available? What trade-offs was Ockham facing?
One private investor from Texas was willing to bid some money into the business, tough his main business was as an independent real state developer. According to Triandiflou, the “Texas Guys” put a reasonable term sheet”
“[…] and their term sheet was extremely interesting. […] they would give us, I think, $2 or $3 million. They would fund us up to $10 million. They were taking 50% of the company on day one, and they would keep their hands out of the business.”
Venture capitalists also showed real interest in Ockham Technologies.  Monark Partners, who entitled themselves as “a next generation venture capital firm”, offered Triandiflou a different term sheet:
“[…]they were going to take (sic) 30-40% of the company. […] and they were going to give us $2 million, value us at – yeah, they were going to value us at $4, give us $2, they’d take 1/3.”
Triandiflou’s decision laid on valuation and to  get to the  partners’ term sheet there was really none. But, what if, Ockham was under-valuated? What was the real potential of their business? Cordova Ventures and Noro-Mosley Partners also showed interest in the funding process. Would “Angels” be a feasible option? Could it be carried through short-term and long-term needs?
At the same time of the funding decisions, a board would have to be set up. How could Triandiflou prevent board members from acting unilaterally? Should he go with the Texas Guy? Or the VCs? Or the Angles? Or all of them? Would they all fit together?

Para terminar, mais algumas fotos:








Até a próxima! Riva

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Harvard Business School - GCPCL Case Writing and Course Development Seminar 2011 - Shanghai, China - HBS China Facility

Cheguei no fim da noite deste sábado (15/jan/2011) aqui em Shanghai, China. Vim a convite da Harvard Business Publishing (HBP) para a follow-on session do GCPCL 2010/2011 da Harvard Business School  (vejam posts anteriores).  Trata-se do GCPCL Case Writing and Course Development Seminar 2011, Pudong Shangri-La, HBS China Facility




Desta vez, resolvi "quebrar" a viagem e parei em Dubai (Emirados Árabes Unidos) por dois dias. Em minha última viagem para a China, as dificuldades de agenda me fizeram voar direto para Hong Kong -  via Estados Unidos -  com a péssima "United Breaks Guitars".  É um feito para não ser repetido: mais de 40 horas em trânsito e umas 72 horas sofrendo com o fuso horário...  

Dubai é daqueles passeios para vir uma única vez e não mais do que dois dias. Fiquei de saco cheio de ouvir aquela ladainha recorrente de que "isso ou aquilo era o maior do mundo" (prédios - como o Burj Khalkifa, campos de golfe, aquários, etc). É aquela sensação de algo que vc passaria bem sem ter visto: o safári no deserto é totalmente superado pelas Dunas de Genipabú, o deck de observação do Burj Khalifa é uma decepção (para quem conhece outros arranha-céus como a CN Tower, a Torre de Macao,  o saudoso World Trade Center,  o Space Needle, o Empire State Building e etc) e depois de umas 5 horas eu já estava bem de saco cheio de prédios, shoppings e hotéis. O lado bom foi descobrir alguns souks (mercados) e a excelente qualidade de serviços do pessoal dos hotéis e atrações. A qualidade dos serviços turísticos de Dubai dá de dez a zero no Brasil....

Desert Safari - Dubai, UAE, Jan/2011


Burj Khalifa, Dubai - World's tallest building!


Eu estava bastante entusiasmado em voar com a Emirates, já que a experiência do vôo São Paulo-Dubai foi muito agradável e diferenciada: aviões novos, excelente serviço de bordo, bom espaço na classe econômica e um in-flight entertainment de dar inveja. Contudo, na sequência do vôo Dubai-Shanghai - mesmo tendo chegado com 4 horas de antecedência no aeroporto, bilhete emitido 4 meses antes e reservas confirmadas - a Emirates me enfiou um "overbooking" goela abaixo, alegando que essa prática é legal no país deles. Enfim, depois de muita discussão e dizer para eles que isso é "bad business practice, bad policy!, não aceitei os termos da renegociação. Assim mesmo, me deram um upgrade para business e um bilhete free Dubai-Shanghai. Vou provar para eles que essa prática pode até ser legal no país deles, mas é bom lembrar que o bilhete foi comprado no meu país... alea jacta est...



A HBP caprichou no hotel! Estou hospedado no suntuoso Shanhgri-la Pudong e aproveitei a tarde livre de domingo para conhecer os arredores:

Shanghai World Financial Centre

The Oriental Pearl Tv Tower - Pudong, Shanghai, China



Surpresa mesmo é conseguir acessar os sites proibidos aqui na China, como o Facebook, o Twitter e o Blogger, dentre outros. Curioso que já estive em outras partes de Shanghai onde o acesso é proibido.  Acho que deve ser alguma concessão do governo chinês aqui em Pudong.

O programa começa daqui a pouco e - como sempre - a carga de leitura é pesada.  Dos casos selecionados, apenas dois são realmente interessantes.  Os demais são realmente uma perda de tempo... Vamos lá:

  1. Keurig: trata-se do caso da Keurig, conhecida pela máquina de café e suas variedades de premium-coffee no famosos K-CUPs. Vejam mais em http://www.keurig.com/  O caso relata a fundação da empresa, as necessidades de funding (capital próprio, partnerships, equities e venture capitalists), a tríade clientes-canais-distribuição, a "potential customer base" (office users, food service establishments e householders), além dos vários problemas enfrentados pelos executivos ao longo da caminhada com fornecedores e parceiros. Uma razoável análise dos concorrentes é também apresentada. E, é isso... 
  2. Developing a Teaching Case (A): Virtualis Systems Case Background: caso de apoio para o vídeo "" Jay Light and Michael Roberts Discuss the Virtualis System Case". Virtuallis é um web-hosting business, o caso é sobre todo aquele blá,blá,blá nonsense de EF (Entrepreneurial Finance) e foi escrito - PASMEM!- em 1999. Eu só usaria uma caso de 1999 se ele realmente fosse um marco no campo...  o que não é definitivamente o caso...
  3. Ockham Technologies: Living on the Razor's Edge (Abridged):  esse é um típico exemplo de um caso interessante que foi mal escrito... é uma pena, o autor desperdiçou um caso de muito potencial... Versa acerca do desenvolvimento dos softwares SMA (sales force automation), posicionados (no caso) entre o SAP (finance) e o Siebel (CRM, sales rep side). O caso relata as difíceis decisões dos sócios (largar ou não seu outros empregos para empreenderem), a conquista de uma grande conta com a IBM, outras questões como "outsource or in-house" e termina com o funding e a construção do board. O duro é que o autor é um dos facilitadores do seminário...
  4. Excerpts from Interview with Jim Triandiflou - Founder of Ockham Technologies: trata-se de trechos da entrevista com o Triandiflou, fundador  da Ockham (caso anterior). Péssimo texto, partes em branco e totalmente desinteressante... seria como seu eu obrigasse os alunos do MBA da Fundação Dom Cabral a ler trechos das entrevistas semi-estruturadas que realizei para a minha tese de doutorado: com todos os erros, SICs e etc... O quão chato é isso? Very!
  5. IBM Corporation Turnaround (2000):  esse caso da IBM é sensacional! Taí, um caso de 2000, totalmente up to date.  O caso apresenta uma breve história da IBM, os desenvolvimentos do setor/indústria da computação entre 1981-1986, o declínio da IBM e seus esforços de recuperação entre 1991-2000, as tradições gerenciais da IBM desde a sua fundação ( no layoffs, long time employment, slow decision making, etc), um breve relato do desempenho do ex-CEO Akers e a chegada de Louis V. Gerstner em 1993 como novo CEO (vindo da Nabisco, lembram-se dos Oreos?). O caso é uma mescla inteligente de opções estratégicas, design organizacional, dilemas de implementação, papel dos line-managers,  fontes de crescimento e perspectivas futuras, dentre outros.  Eu consideraria usar esse caso na minha disciplina de "Socilologia das Organizações" no MBA e mestrado, alertando aos alunos que o tempo médio de preparação é de no mínimo 4 horas...
  6. The Transformation of IBM (1991): outro caso extraordinário da interessantíssima IBM. Discorre acerca dos mesmos tópicos do caso de 2000, relatando os desafios do CEO John Akers. Eu exploraria (foco) os desafios do design organziacional e da re-estruturação e o caso - a exemplo do anteiror -  cabe nas disciplinas de estratégia, organizações e marketing, Aproveitei e explorei fontes públicas sobre a IBM na web, incluindo o site IBM.

Bom, 11:19 da manhã de segunda (17/1/11) aqui em Shanghai, 1:19 da madrugada de segunda aí no Brasil. Fico por aqui! A temperatura hj é 8 graus centígrados, below zero!  Espero ter mais fôlego para continuar com o blog... e que o governo Chinês continue me permitindo!

Até,

Riva