Em a “Cauda Longa”, Chris Anderson aborda a explosão informacional de ‘produconsumo’ na internet e as possibilidades oriundas da (r)evolução do marketing direto – da venda por catálogo ao carrinho de compras virtual – sem contudo ignorar o aforismo de Herbert Simon: “A riqueza da informação cria a pobreza da atenção”. Empreendedores interessados no tripé internet – sistemas de informação/sistemas de recuperação de informações/varejo virtual – aceitaram o desafio de explorar as “virtudes do espaço de prateleira ilimitado, da abundância de informações e das maneiras inteligentes de encontrar o que se quer” (Anderson,2006,p.47).
A cauda longa foi inicialmente observada por Anderson na indústria do entretenimento via internet. Ao analisar os dados de sites de anunciantes e varejistas sem tijolo e argamassa como Amazon.com, Ecast, Netflix, Itunes e Rhapsody, dentre outros, o autor observou a prevalência de uma regra – 98% dos itens ofertados geravam pelo menos uma venda a cada trimestre. Essa curva de demanda foi classificada pela popularidade, ou seja, os itens de sucesso respondiam pela maior parte das vendas e, logo depois, a curva despencava à direita nos itens menos populares. O que aguçou a curiosidade de Anderson foi que a curva nunca chegava a zero e que a oferta, nos sites de música, rompia a barreira de 400 mil faixas. Para o varejo tradicional (como as saudosas lojas de LP), um estoque dessa magnitude seria simplesmente impossível. No “mercado de cauda longa”, a receita total de milhares de produtos de nicho pode se igualar à dos poucos produtos de sucesso.
A teoria defendida pelo autor se sustenta em três forças: a democratização das ferramentas de produção, resultando em maior oferta de bens e, por conseguinte, alongando a cauda; a democratização das ferramentas de distribuição, provendo maior acesso aos nichos, o que “horizontaliza” a cauda; e a ligação entre oferta e demanda, disponibilizando esses bens com incrível facilidade e empurrando a demanda cauda abaixo.
O livro é leve, de fácil e agradável leitura. Para os leitores ávidos da unificação temática marketing/tecnologia/informação, a obra merece lugar de destaque na prateleira, visto que, de certa forma e marginalmente, esclarece essas questões na perspectiva do grau de transformação dos negócios frente à amplitude dos benefícios potencias. Já os leitores que preferem ser surpreendidos com questões que revelam inquietudes e angústias intelectuais do autor, podem não se entusiasmar com a leitura.
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