quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Hong Kong, China - Parte I - The University of Hong Kong

A China sempre esteve presente na minha lista de viagens. Nada como começar um tour asiático pela belíssima Hong Kong, uma das cidades mais cosmopolitas do mundo. Todos os guias disseminam as mesmas palavras: "where East truly meets West". Resumindo, uma cidade e uma viagem memoráveis!

Estive em Kowloon, Hong Kong e Lantau, passarei o fim de semana em Macao e depois retorno aos EUA para uma conferência da AMBA (Association of MBAs) na Darden Business School, VA, onde representarei a Fundação Dom Cabral (FDC).

Sai de Nova Lima, MG no último sábado, dia 6/11 às 17 horas e 36 horas depois desembarquei em Hong Kong, completamente exausto e confuso... É no mínimo "curioso" desembarcar no oriente em plena segunda feira às 18 horas (local), tendo saído de casa dois dias antes...

Meu trecho foi longo: BH-SP-Washington-Chicago-Hong Kong. Fascinante o percurso: cruzar o Canadá  (saindo de Chicago) na rota leste-oeste, "dobrar" pelo Alaska e logo depois um norte-sul via Rússia e China até a ilha de Hong Kong! Duro foi voar  UNITED BREAKS GUITARS em um Boeing 747-400 configurado na classe econômica 3-4-3 (número de assentos). Foi complicado viajar 15 horas entre os EUA e a CHINA em classe econômica com o mesmo espaço entre poltronas dos vôos domésticos da TAM e da GOL. Logo na chegada, o impressionante e imponente aeroporto internacional de Hong Kong e sua logística/estrutura amplamente integrada. O sistema de transporte público efetivamente funciona! Maravilha!

Há um  mito de que todos falam inglêm em Hong Kong. Embora uma ex-colônia inglesa até 1997, apenas os profissionais de hotelaria e turismo, alguns no comércio e outros nas universidades falam inglês. No dia a dia, é difícil encontrar pessoas que falam inglês: motorista de táxi, restaurantes, praças de alimentação, metrô, lojas...  e, pasmem, até mesmo nos campi das universidades! Estejam preparados com o endereço ou outras informações em cantonês (dominante) ou mandarim... É a primeira viagem internacional que sinto as dificuldades de não dominar o idioma local...

Quando me efetivei na Fundação Dom Cabral, lá pelos "idos" de 2006, lembro-me de uma fala do Professor Emerson de Almeida (presidente da FDC) acerca das dificuldades de se internacionalizar uma escola de negócios. Segundo ele, não era apenas o desafio da língua ou um intercâmbio entre participantes oriúndos de escolas internacionais. Na época eu pensei comigo, "ah, não deve ser tão difícil assim...". Fato é que -  depois de todos esses anos e com a projeção/oportunidades internacionais que a FDC me proporcionou - só agora REALMENTE compreendo o que ele queria dizer. Internacionalização é "hands on" e "experiential learning"... e é um GRANDE DESAFIO... é preciso vir para cá e "fazer acontecer"... contatos, aulas, seminários, pesquisas, negócios, cultura, intercâmbio, programas, vendas... parafraseando Heidegger, "being thrown in the world" ou "Being-in-the-world is a 'thrownness'"... 

Meu primeiro compromisso por aqui foi no dia seguinte ao desembarque: um Seminário na University of Hong  Kong, a convite do colega Sam Chu que esteve na minha sessão do ASIST 2010 nos EUA (ver post anterior a este). O convite era efetivamente "acadêmico": um seminário meu para professores, pesquisadores e alunos de mestrado e doutorado. Desnecessário mencionar a estrutura, layout, automação e tecnologia da informação disponíveis nas salas de aula da Uninversidade de Hong Kong. Além disso, peguei carona na intensa virtualização deles: blogs, wikis, portais, autorização para fotos e filmagens, participantes a distância, feeds ao vivo e tudo mais.... Muitas coisas me impressionaram: (i) a jovem idades dos doutorandos e doutorandas e (ii)  e o fato de que os alunos não "gritam" na sala de aula, como acontece no Brasil. Eles levantam a mão e literalmente "torcem" para que você dê a palavra a eles. Na platéia, além dos participantes que já mencionei, havia dois Deans, um Principal, dois executivos de empresas de consultoria e um Deputy Director de uma "School of Professional and Continuing Education". Este último me disse que seu papel é "colocar dinheiro para dentro!" Eis algumas fotos:



Com o colega e anfitrião, Dr. Sam Chu, no "senior faculty lounge" da Universidade de Hong Kong
Um dia típico nos corredores da Universidade de Hong Kong
com o colega Dr. Kin H. Chan, Senior Programme Director, HKU School of Professional and Continuing Education
Ao final, um "mimo" da Universidade de Hong Kong...  :)
Guess?  :)
Após o seminário, pedi que o jantar fosse no "Food Court"da Universidade

A minha tática foi a de fazer uma apresentação curta, provocadora e abrir para o debate. Nos 45 minutos da minha apresentação, tive a nítida impressão de que ou não estava interessante ou eu não estava agradando. Erro na percepção e falta de conhecimento da cultura local: Sam Chu me enviou a avaliação do evento e me ensinou que o silêncio durante a minha fala é típico da cultura chinesa: foco, concentração, respeito...  Abri para Q&A e esperava ansiosamente pelo debate/embate. Somente os seniores debateram, comentaram e levantaram questões interessantes. O feedback dos alunos de mestrado (principalmente) e de doutorado foi de que a teoria era ainda bastante complexa para eles, demandando um "tempo de digestão"  mais longo. Ah, ia me esquecendo, apresentei a pesquisa do pós-doc atualizada... Estou conectado com eles pelo wiki da Universidade e pelo slideshare.net  Vamos ver o que mais pode acontecer...

Por fim, um último ponto que observo por aqui é a intensa vontade dos chineses em "fazer contato": querem que vc seja professor visitante nas universidades dele, buscam por pesquisas em conjunto, querem te visitar, promover intercâmbios, fazer negócios e por aí vai..

Bom, vou parar por aqui... São 7:38 da manhã do dia 12/11 aqui na China. Sou "Chair"de uma sessão do ICICKM 2010 que acontece na Hong Kong Polytechnic University, Hong Kong, China (outra BELÍSSIMA universidade!). Ontem apresentei meu paper para um público típico de business school acerca da nossa EMBRAPA: foi sensacional! Impressionante o interesse que a EMBRAPA desperta nos estrangeiros! O paper é resultado de uma bela intervenção educacional da FDC. Aguardem o novo post! E comentem!

Até! 

Riva




2 comentários:

  1. Riva, como vc sempre diz, a Embrapa é uma empresa da qual todos nós brasileiros deveríamos nos orgulhar. Obrigado pelo post no blog! Abração, Milton.

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