sábado, 31 de julho de 2010

July 29th, 2010 - Schedule

Querido Diário,

(ha,ha,ha! sempre quis começar um blog assim!!!!)



  • Schedule for Thursday, July 29th, 2010: a primeira sessão foi com o Deepak Malhotra:     http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=189290   Malhotra é professor associado da HBR nas áreas de negociação, organizações e mercados. O objetivo do Malhotra foi demonstrar a inclusão de uma simulação sob o guarda-chuva de  participant-centered learning. Até agora, Malhotra foi - sem sombra de dúvidas - o melhor entre seus pares: demonstrou sua preparação de aula, o desenho da disciplina e seu respectivo encaixe nos currículos dos programas, objetivos de aprendizagem, syllabus (ementas), técnicas, avaliação e métricas, dentre outors. Não foi apenas uma discussão sobre as questões básicas de simulação e jogos (ultimatum, BATNA, ZOPA, etc.), mas fundamentalmente como trabalhar todos esses aspectos em ExecEd e MBA. Participamos da simulação como buyer ou seller, ele apurou os resultados online, deu feedbacks, respondeu perguntas e contou boas histórias, com um pequeno detalhe: tudo isso em apenas 2 horas! Muito simpático e bem humorado, bom de palco, de fala e pensamento rápidos, questionou paradigmas clássicos do tipo negociação ganha-ganha, ponto de não retorno, dentre outros. Fez críticas duras e consistentes ao approach de seu colega William Ury, bastante solicitando em eventos de negócios ao redor do mundo. O livro do Malhotra é muito utilizado aqui na HBR - "Negotiation Genius"- eis o link:  http://www.amazon.com/Negotiation-Genius-Obstacles-Brilliant-Bargaining/dp/0553384112/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1280618195&sr=8-1

  • Na útlima sessão do dia, Wasserman retorna com o caso "Apple's Core" - um caso curto sobre o início da parceria e os desentendimentos de dois best friends: Jobs e Wozniac - para discutir o desenvolvimento de um plano de ensino. Não repetiu a performance interessante do dia anterior, pareceu-me nervoso e um pouco intimidado (minha turma é bastante exigente e questionadora), falou mais do que ouviu e se perdeu nos minutos finais. Contudo, gostei dos conceitos (lingos) de "pastures", "cold calls", "warm calls", "pushback", "polls", "role play" e "core takeaways" na perspectiva de participant-centered learning,
O dia 29 foi um dia de aprendizados e reflexões muito interessantes. Tudo isso foi complementado discutindo off-line com os colegas que participam do programa. Isso é, sem sombra de dúvidas, um diferencial no GCPCL! Aprendo bastante conversando com meus pares!

Até o próximo post!

Riva
Colegas da França e India


Colegas profesorres em Cingapura


Minha colega FDC - Ângela Fleury

sexta-feira, 30 de julho de 2010

TGIF! (Thanks God It's Friday!)

Fiquei devendo os posts de 28,29 e 30 de julho. Let's go!


  • Schedule for Wednesday, July 28th, 2010

    • A primeira sessão da manhã foi Strategy 2, uma vez mais conduzida pelo Stephen Bradley. O caso escolhido por ele foi se soma à minha lista de favoritos: "Alibaba's Taobao". Trata-se de um caso de estratégia internacional do Alibaba Group da China, que controla plataformas B2B e B2C: Alibaba.com; Alibaba.com.cn; Taobao; Yahoo China; Alipay e Alimama. O caso demonstra a derrota do gigante Ebay na China e sua consequente retirada, em virtude da entrada estratégica  do Taobao.com no mercado B2C pelo Alibaba Group. A estratégia de entrada era simplesmente proteger o mercado BSB do Alibaba, temendo queo Ebay avançasse por esse caminho em sua estratégia de médio prazo. Bradley foi hábil e -  de forma concisa - demonstrou as perguntas que norteariam as suas discussões, os ajustes ao longo da caminhada e os takeaways planejados para a turma. Bradley ficou em sua zona de conforto e evitou algumas provocações metodológicas. Embora mais uma de suas performances honestas, faltou explorar o desenho de seus questionamentos, pastures, major takeaways e plans of action. Bom, parafraseando o velho filósofo inglês JAGGER, "you can't always get what you want...". Eis a cara do site Alibaba.com.cn (a poluição visual foi um dos apredizados do Ebay e é a tônica entre os chineses...):



    • Linking Research & Case Writing: essa sessão ficou a cargo do jovem Noam Wassermann - http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=2978  Noam é egresso do PhD da HBS e percebi que ele representa a "new school faculty". Sua tese de doutorado discorre acerca dos dilemas dos fundadores de empresas e suas sucessões. Foi uma sessão muito bem planejada e uma excelente discussão metodológica - e eu esperava por isso desde o início do programa.  Noam demonstrou a sua lógica de conectar a sequência perguntas de pesquisas - paper in journals - case study writing - case study teaching - discussion - new research questions - feedback. Passei os olhos pelos resultados da tese dele na biblioteca e os resultados - estatisticamente generalizáveis - deixam recomendações para fundadores de empresas e outros empreendedores: preparar meticulosamente a sucessão ao levar a empresa para o patamar subsequente ao startup; envolver-se no processo de sucessão ativamente; a contratação de amigos sem as competências necessárias à performance organizacional é um forte desestímulo à atração, manutenção e retenção de talentos; talentos e competências essenciais podem e devem receber equity share (amigos sem a mesma performance devem permanecer apenas amigos e bem longe da empresa), governança do processo e accountability são fundamentais e , finalmente, decision making for personal integrity.

    • Para encerrar o dia, Paul Marshall retorna com o tema de entrepreneurship. O que admiro no Marshall - com as ressalvas à old HBR teaching school que ele representa - é a tranquilidade propiciada pelos anos na sala de aula da HBR em diferentes disciplinas e contextos (e ele está próximo de se aposentar). Toda essa experiência compensa algums outros pequenos e irrelevantes problemas dos quais vários colegas se queixam. Marshall me apresentou, pela primeira vez, um texto consistente sobre um tema que é explorado no Brasil de forma absolutamente picareta: empreendedorismo. Além de seus teaching notes e um capítulo de livro bem selecionado,  ele escolheu um caso muito antigo e pitoresco: o jogo "Tv Guide Trivia Game" (tipo aquele jogo Master, focado em assuntos da TV). O caso é de 1987 e não há nada errado com isso! Se os objetivos de aprendizado e soluções sofreram pouca ou nenhuma deterioração com o tempo, o caso deve ser mantido na base. Eu utilizo o mesmo princípio na FDC. Marshall levou a discussão sobre empreendedorismo para longe daquela grande baboseira de traços individuais. Putz, já li textos com a visão de empreendedorismo com base em individual traits que criam uma sofrível tipologia de empreendedores: (o lenhador, o sedutor...). Na perspectiva da HBR, toda a literatura acerca do empreendedorismo segue duas correntes: a de personal traits e/ou função econômica. Considero a visão econômica mais consistente e bem menos picareta - confesso que o livro do Schumpeter (Capitalismo, Socialismo e Democracia) está na minha lista de favoritos. Contudo, a HBR afirma: "we believe, however, that neither of these approaches is sound". A definição de empreendedorismo da HBR evoca um conceito interessante: "the pursuit of opportunity without regards to resources currently controlled".  Embora tais conceitos aparecam - de certa forma -  nos trabalhos do Schumpeter e do Herbert Simon (Administrative Behavior), ele é ampliado pelo exame crítico de seis dimensões (strategic orientation, commitment to opportunity, the resource commitment process, the concept of control over resources, the concept of management e compensation police) tendo os extremos "promoter" e "trustee" como background. Assim sendo, o empreendedorismo é abordado como fenômeno comportamental e o compromisso com a oportunidade varia em um contínuo pautado por dois domínios: entrepreneurial domain - admnistrative domain. Para encerrar, a discussão do caso foi amarrada com a metodologia, pastures e takeways. Foi uma sessão bem interessante...
Bom, no próximo post, continuarei com os dias 29 e 30! Hoje teremos um "Boston Dinner"  e combinamos de tomar umas cervejas na Harvard Square!  Bye! 
Riva


Destruído...

Pessoal,

estou exausto... embora acostumado a ler papers (em inglês) rapidamente, cada caso da HBS em média (mesma estrutura - 25 páginas no máximo, sendo 15 de textos e 10 de exhibits) e seus respectivos assignments demandam em média 2:30hs de preparação (sem contar a releitura cuidadosa ao final, que é recomendada). A nossa média/dia aqui é de 3 a 4 cases. Ao longo do programa, você compreende a lógica por trás da metodologia e tende a ter uma performance melhor. Até hoje, li todos os casos e estudei todos os tópicos do programa, procurando compreeder e analisar o desenho do programa, os objetivos de aprendizagem, a construção/estrutura da metodologia baseada unicamente em casos (é, o MBA da HBS é inteiramente case-based!) e as implicações do aprendizado centrado no participante. Esse afã implica em almoçar em 30 ou 45 min (um pouquinho mais quando o papo multicultural vale a pena!) e voltar rapidamente para o meu quarto para iniciar as leituras e análises do dia seguinte. É claro que os trade-offs aparecem: há poucas horas atrás aconteceu um show do Sting, uma turma se mandou para o Cirque Du Soleil e uns amigos mais próximos se deram uma folga e foram às compras. Resolvi ficar... e vários outros colegas também. Um colega de outra escola brasileira (somos poucos brasileiros comparados com a INVASÃO ASIÁTICA!)  reavivou uma brincadeira que há muito não ouvia: "pqp, deixa de ser CDF..."  A última vez que ouvi "CDF" estava na então denominada 4a. série do Colégio Santo Antônio... é, time flies...

Para aumentar o cansaço,  acabo de terminar um 'agigantado' tutorial online  em "quantitative methods". São 300 slides! Confesso que me diverti revendo tópicos de estatística descritiva básica, testes de hipótese, regressões e até menções a equações estruturais. Fiz vários exercícios online nos quais a dificuldade aumentava progressivamente. O tutorial na intranet da HBS é simples, amigável, intuitivo e multimídia: pequenos filmes, narrações, animações, pré-testes de avaliação, sumário, exemplos do "mundo dos negócios", etc. É também pré-requisito para iniciar o MBA da HBS  pós-admissão. Eis o template do tutorial:



 O que eu acho interessante é confirmar a minha percepção de que EAD é um complemento à sala de aula, nunca um substituto. Eis o objetivo de quantitative methods no GCPCL 2010:


The purpose of this session is to explore how quantitative material can be taught in a Participant-Centered Learning Environment. Preparation for this session requires three components:
A. Reviewing a portion of the HBS online Quantitative Analysis course
B. Preparing the Freemark Abbey case
C. Preparing to discuss how quantitative material can be taught using the case method.   
 
Bom, vamos a uma rápida atualização dos dias 27, 28 e 29/jul:

  • Schedule for Tuesday, July 27th, 2010:

    • Strategy 1: o objetivo do tópico era a demonstração de como introduzir industry analysis, positioning analysis e sustainability analyis através da metodologia de casos. O professor Stphen Bradley conduziu a sessão: http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=6428  O caso utilizado é, sem sombra de dúvidas, um dos meus favoritos até agora: Apple, Inc. (2008). Bradley teve uma performance honesta: demonstrou uma análise básica e sintética das 5 forças de Porter, sugeriu que o modelo de seu colega Michael Porter carece de mais uma força (a qual ele denominou "complement", referindo-se ao amplo escopo tecnológico disponível) e reservou alguns minutos finais para as nossas perguntas sobre o método de casos em estratégia. Na opinião dele, o que guia a classe é a discussão, não o conteúdo. Embora esse discurso seja repetido pelo pessoal da HBS ( e, é claro, querem vender as publicações da Harvad Bunisess Publishing), a discussão deve animar o debate a partir dos objetivos instrucionais/literatura. Bradely foi o primeiro a amarrar isso, embora superficialmente. O que vale mesmo é o caso em si, muitíssimo interessante: tema do momento, narrativa envolvente, dados bem correlacionados, problemas bem colocados, lacunas para discussão. Ao ler esse caso, aprendi a "recortar" melhor os casos...

    • Questioning, Listening, Feedback: essa sessão foi conduzida por Willis Emmons: http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=6453  - extremamente improdutiva... Ainda me pergunto a razão da escolha de perguntas que infantilizam os participantes e a incapacidade do facilitador em conectar perguintas e discussão às conclusões... o que continua me aborrecendo é como os tópicos de OB (organizational behavior) e liderança seduzem ao ponto de cegar... O problema (irrelevante, sequer valia a pena fazer a pergunta...) girava em torno de um professor que  - ao utilizar pela primeira vez o método de casos -  encontra-se em um dilema de abordar ou não uma aluna que se expôs na sala de aula. O professor rejubila-se ao perceber que o método de casos funciona (ai,ai...), mas não sabe se aborda ou nao a aluna ao fim da sessão. Will apresenta as suas conclusões e encerra com um comentário que por pouco não me fez pular da janela da sala no Charles River: a aluna que se calou pelo resto do semestre, retorna à HBR como associate professor... é mais do que eu consigo suportar....

    • Leadeship Change: para terminar o dia, Scott Snook retorna e consegue tornar um caso interessantíssimo em algo extremamente clichê... era o caso da SAS com o Jan Carlzon... performático, abusou dos vídeos e a discussão que ele conduziu simplesmente não bateu com as conclusões... sequer as perguntas eram relevantes... essa opinião foi a mesma de colegas mais críticos... Scott, mais vez mais, não reservou um minuto sequer para o debate acerca da metodologia... o meu feedback para ele foi: "i didn't come here for the content, but for the method..."
 
Encerrarei o post por aqui... não me aguento mais... 1:17 da manhã... 6:15 me levanto... thanks God it's friday!
 
Os dias 28 e 29 foram muito interessantes e ricos: novos conceitos, novas abordagens, muitas "cold calls" e discussões interessantes sobre a metodologia...  Fica pra próxima!  Encerro com a foto oficial dos participantes do GCPCL 2010. Até!  Riva
 
 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A rotina do programa...

Um dia típico do programa começa com a minha preparação individual - o meu quarto é no Baker Hall, 3 andar, grupo 4, apto 4:



Os meus vizinhos de quarto são todos componentes do meu gupo: Baker Hall, 3o. andar, grupo 4 - somos denominados "living group 4".  Após a preparação individual, nos encontramos para discutir os casos todos os dias às 8 horas da manhã:




Eis os componentes do meu grupo - BAKER LIVIG GROUP 4 (A):


  1. ALVARENGA NETO, Rivadávia (Riva) * Group Leader - Nova Lima, Brazil

  2. CUI, Nanfang - Wuhan, China

  3. LOECHL, Horst - Shangai, China

  4. NEGORO, Tatsuyuki (Tatsu) - Tokyo, Japan

  5. RIZVI, Mohammad (Asraf)

  6. SENG, Jia-Lang (Jia) -India

  7. SETHI, Vijay -Singapore

  8. SGOUREV, Stoyan - França
Basta passar os olhos pelos nomes para perceber que vários colegas foram expatriados...
Terminamos a nossa discussão e assignments às 8:50 e temos 10 minutos para nos deslocarmos até a sala de aula. Os professores começam pontualmente às 9hs e as sessões tem duração de 1h 20min. São 3 sessões por dia, uma média de 4 casos/dia. Os cases tem no máximo 25 páginas, sendo 15 texto e 10 exhibits (tabelas, gráficos, quadros, figuras, etc):




Na parte da tarde, temos 1 hora de almoço no Kresge Boardroom (onde exploramos a oportunidade multicultural almoçando com colegas do mundo inteiro) e voltamos para uma última sessão. Depois, entre 14:45 e 18 hs temos tempo livre para preparação: 4 casos mais atividades. Essas atividades tem formatos múltiplos: papel, planilha, EAD e intranet, conforme a tela abaixo da intranet da HBS:


Até o próximo post!

Riva

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Schedule for Monday, July 26th, 2010

A programação em Harvard começa cedo!  Acordei às 6 da manhã, visto que o café da manhã está programado para as 7:00 hs. Dormi pouco, acabei me excedendo (e esquecendo da vida) na preparação na noite anteiror e fui me deitar às 2:30...  Contudo, bastante animado e muito alegre com mais essa oportunidade que a FDC me ofereceu (a HBS recebe dos nossos Deans a nossa indicação/recomendação ao programa):



Hoje foi  o primeiro dia completo de programa: realizei a minha preparação individual na noite anterior, reuni-me com meu 'living group' (discussion group) às 8 da manhã e me dirigi para a sala de aula às 9 horas. Embora o dia tenha sido muito instigante, a parte mais interessante foi o 'discussion group' antes da entrada em sala de aula.  Fui eleito pelos colegas o "chairman of the board" e iniciamos uma animada discussão sobre três casos bastante diferentes (ethics and corporative governance, leader[ship] development, executive/business education). Como mencionei no post anterior, tenho colegas da Bulgária (professor na França), Alemanha (professor na China), Japão, Cingapura, dentre outros. Aliás, impressionante o número de professores importados pela China e Cingapura... Não conseguimos terminar toda a discussão no tempo estipulado, mas saímos satisfeitos por ter enxergado os problemas sobre perspectivas completamente diferentes. Lembrem-se que o  objetivo não é chegar ao consenso, mas iluminar o debate e aumentar o repertório. A sequência preparação individual + discussion group é bastante útil para compreender dois aspectos imporantes: a redução da incerteza (em pontos de concordância com os colegas) e o gerenciamento da ambiguidade (as interpretações divergentes). Eu sempre estimulo isso nas minha aulas na FDC: muitas vezes não concordaremos e não haverá respostas, apenas novos e bons questionamentos:

"the most common source of mistakes in management decisions is the emphasis on finding the right answer rather than the right question" (Peter Ferdinand Drucker)

Ha,ha,ha! Não, para aqueles que me conhecem bem, fiquem tranquilos: não me converti, não fui evangelizado, nunca acreditei nos "business gurus" e não comprei o livro "The Daily Drucker"  http://www.amazon.com/Daily-Drucker-Insight-Motivation-Getting/dp/0060742445   Apenas acho a citação pertinente num mundo  'fast food' de respostas rápidas no google, wikis, mídias sociais, etc)

A primeira aula do dia foi com o Rohit Deshpande: http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=6447 Na foto, é o indiano de cabelo grisalho ao centro, segurando algumas folhas de papel (observem também a arquitetura/layout da sala de aula!):



Chamou-me a atenção, uma vez mais, o acervo tecnológico da sala de aula:  sempre muito bem utilizado pelos professores! Observe na foto abaixo que os "quadros-negros" sobem e descem mecanicamente (é, amigos, a HBS utiliza a velha tecnologia do  "giz e cuspe"), o datashow é de altísssima resolução, há múltiplos softwares para edições multimídias (extratos de vídeos, web pages, office, etc)  e até uma versão moderna do velho retroprojetor:  uma câmera de alta resolução onde vc reproduz na tela as suas notas de aula, livros, textos, fotos, etc.




Eis a visãö do professor da sala de aula (eles denominam esse espaço do professor na sala de 'The PIT' ):


Obervem tb a câmera no fundo da sala (há outras duas nas laterais da sala) e a  "curvatura da sala" (o meu assento é na 2a. fileira de baixo para cima):







Rohit abordou o seu tema, demonstrando o quão transversalmente o caso aborda tópicos distintos: ética, governaça, liderança, crisis management, cultura, confiança, valores, etc (era o caso do James Burke com o tylenol). No GCPCL, o professor não apenas ministra a sua aula, mas também e principalmente nos instiga a refletir sobre a metodologia que ele utiliza.  Nas suas conclusões sobre a metodologia, Rohit nos apresentou um sequência interessante, que me lembrou a proposta de "experiential learning" do Kolb:

- Level one: knowing
- Level two: doing(skills)
-Level three: being(attitudes, believe, mind setting, world view)

Para ele, nós - professores -  transitamos muito bem no primeiro nível, mas temos sérias dificuldades em acessar os outros dois níveis. Em suas próprias palavras: "participant-centered learning is deep learning, is about setting the goals. It's focus on learning, not on teaching; it's about discovering, not covering; finally, it's about engaging people". Prova disso é que cada sessão presencial em sala de aula não dura mais que 1:30 minutos...


Após um pequeno intervalo, Scott Snook abordou o tema da liderança. Na foto abaixo, é o professor do canto direito, ao computador - http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=bio&facEmId=ssnook 




Eu tenho verdadeiro "pavor" da discussão messiânica de liderança e sei bem os estragos que a literatura de auto-ajuda de liderança tem causado às organizações ao empurrar a gestão ladeira abaixo. Contudo, Scott abordou o tema de forma leve (embora bastante superficial), abusou do seu "showmanship" e deu o seu recado de forma simples (sem ser simplista ou simplório). Acredito que ele poderia ter explorado melhor as questões metodológicas ( e quase não fez isso) e discutido um pouco mais acerca de sua longa experiência com o tema. Em alguns momentos ele exagerou na dose de hipnose/sedução, com a conivência quase absoluta da maioria silenciosa. Para falar a verdade, eu gostaria de ter ouvido um pouco sobre o "theoretical background" que alimenta a velha tríade que ele propõe:  person (self awareness)- style (self regulation)- situation (situational awareness). Para ele, o elo é: "style and self regulation, a life-long journey".  Scott abusou dos vídeos em sala e se esqueceu - em vários momentos -  de que falava para seus pares de várias partes de mundo. Abusando da  horrorosa máxima do Galvão Bueno: "não há ninguém mais bobo no mundo do futebol"... muito menos nas universidades e escolas de negócios do mundo inteiro...


Para finalizar o dia, uma vez mais, Paul Marshall provocou a grupo a refletir: "How do people learn?". Entre idas e vindas, abordamos os dilemas de executive education x full mbas, doctoral programs ,etc. Dessa vez, sua "maiêutica socrática" não foi tão bem sucedida... Ele terminou com a recomendação aos professores: "don't study your teaching notes, but your class cards!"  Era uma clara referência à necessidade de conhecer em profundidade os alunos/participantes antes de adentramos a sala de aula: "this creates a good learning environment, students feel they're part of it."

 O dia de hoje me fez refletir acerca da qualidade internacional da FDC. Não se trata de um postura arrogante ou de nos assentarmos sobre as conquistas, mas o quanto trabalhamos duro para sermos melhores, acelerando a nossa potência de aprendizado e trabalhando junto com os nossos clientes. Nosso capital humano e estrutural é comparável e continuaremos a perseguir nossa missão. É isso aí...


Entre 15 e 18 horas tivemos o nosso tempo de aprendizado individual preservado e fomos nos preparar para o dia de amanhã. Terminei mais cedo (li os casos de hoje ainda no Brasil) e fui dar uma volta pelo Campus da HBS.  Pude perceber realmente o quanto é importante para os full time students residirem no campus. Há alojamentos individuais e apartamentos para os casados e seus filhos. A casa do DEAN está sendo reformada, visto que o novo Dean Nitin Nohria passará a residir no campus com a sua família. Parece que há muitas décadas um dean não residia no campus da HBS. Utilizo um paper extraordinário do Nohria com os alunos de MBA da FDC, " Note on Organization Structure": http://people.ischool.berkeley.edu/~hansen/Note%20on%20org%20structure.pdf

Até o próximo post!

Riva

domingo, 25 de julho de 2010

Fim do primeiro dia... cansado...

Após o jantar de abertura, chega ao fim o primeiro dia do GCPCL. A aula introdutória foi conduzida pelo Prof. Paul Marshall da HBS:

http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=bio&facEmId=pmarshall

O caso utilizado por ele para um test-drive na metodologia de casos de Harvard foi "Fall Before Rising: The Story of Jai Jaikumar". Muito me impressionaram a arquitetuera de aprendizagem da HBS e os layouts dos vários ambientes, conforme as fotos abaixo:

  1. Quarto individual - a preparação acontece aqui, no seu quarto, leitura/reflexão individual:


2.  "Living Groups"- o meu grupo é o 4-4 e somos todos vizinhos de quarto. Após a leitura individual, o próximo trabalho é a discussão com o meu grupo nesse espaço coletivo no andar do meu apartamento. O meu denominado "Baker Living Group 4"  é formado por colegas da República Popular da China, Japão, India, Taiwan (Republic of China), Cingapura, França e Bulgária (aliás, impressionante a "invasão" de chineses e indianos na HBS...):



3. Sala de aula: ainda não tirei fotos com a minha máquina, mas adianto que é a sala de aula (arquitetura/layout/tecnologia) mais extraordinária que já frequentei...

4. Tour pela HBS: fizemos um rápido passeio pelo Campus, com destaque para a belíssima Baker Library:














No jantar de abertura, com a colega FDC ÂngelaFleury e outros colegas:



Antes do tour, a bibliotecária da HBS fez sua exposição sobre os recursos e ativos informacionais da HBR. Como era de se esperar, um estrutura excelente. Acho que eu teria ficado mais impressionado caso não tivesse conhecido e frequentado a Robarts Library da Universidade de Toronto no Canadá durante o meu pós-doutorado:

http://robarts.library.utoronto.ca/about-us

Estou exausto, espero conseguir retomar amanhã.

Um abraço a todos, Riva.

Na Harvard Business School!

Acabo de chegar na HBS. Estou hospedado no Baker Hall 4-4:  terceiro andar, living group 4, apartamento 4. Após o check in, minha primeira 'tarefa' foi ligar para um ramal interno/voice system para gravar e soletrar meu nome e sobrenome, além do nickname no programa. Segundo o email recebido, o objeivo é "this recording is very important and will help faculty and staff with name pronunciations".  Algumas fotos que acabo de tirar ao final do post. Até! A primeira atividade já começou.... Riva





Em Boston!

Amigos,

chegamos - eu e minha colega FDC Ângela Fleury - ontem aos Estados Unidos, via Miami. A American opera um vôo direto Confins-Miami e  os aviões utilizados nessa rota estão bem "surrados" (aliás, ao que me parece, como boa parte da frota). O "in flight entertainment" e a luzes individuais dos assentos não estavam funcionando no vôo... Após os procedimentos de imigração e alfândega em Miami, prosseguimos em outro vôo da American Miami-Boston. Uma vez mais, por problemas técnicos na aeronave, ficamos mais de uma hora de molho dentro do avião... Por fim, chegamos bem a Boston e a primeira noite foi aqui (de onde escrevo agora) no Doubletree Guest Suites, 400 Soldiers Field Road, Boston. Eis algumas fotos que tirei com o Iphone da sacada do meu apto no 16o. andar, destaque para o Charles River:






Sempre me admira o cuidado que a Fundação Dom Cabral dispensa aos seus colaboradores em viagem. A preocupação com o nosso conforto e segurança é primordial. São sempre excelentes hotéis, logística muito bem cuidada, seguros saúde/viagem e adiantamento de despesas em moeda estrangeira. Fizemos um rápido passeio pela Harvard Square e exploramos meio que "serendipity" a Harvard University Library e The Coop ( a loja oficial de Harvard e MIT - licenciamentos: livros, camisas, roupas,canetas e tudo mais que vc nem imagina...)

Antes de chegar aqui aos EUA, conclui toda a minha preparação para o GCPCL. Os casos ainda não mencionados nos posts anteriores são os seguintes:

  • Coach K: a matter of the heart - a trilha do programa na qual esse caso se insere é a de "leadership styles". Trata-se também de um caso vitorioso que aborda um estilo de liderança antagônico ao anterior (Coach Knight: the will to win). Dentre os assignments, como era de se esperar, perguntas como:  "Compare and Contrast Coach K and Coach Knight. Describe their leadership styles; Who is more effective? What are your basic assumptions about motivation. leading and human nature?"
  • Apple Inc., 2008 - esse caso é realmente SENSACIONAL!! Através de uma coleta de dados minuciosa e uma excelente análise, os autores reconstruíram a história da Apple e de Steve Jobs. Desde o primeiro computador com a interface gráfica, ao IPhone, ITunes e Apple Store. Isso me fez pensar novamente sobre "writing case studies"... O artigo está dentro da trilha de estratégia do GCPCL (Industry Analysis, Positioning Analysis, Sustainability Analysis). Dentre os meus marcadores, acredito que se discuta se a Apple será ou não capaz de manter sua vantagem competitiva e posicionamento, uma vez que ao longo de toda a sua história, ela alternou altos e baixos. Dentre  os assignments do caso: "How are the industry economics different for Apple than for the PC makers in the 'wintel' space"?
  • Assistant Professor Graham and Ms. Macomber - um caso sobre a metodologia de estudos de casos. Meu marcador aqui ( e minha convicção!) é que o mais importante é aprender a formular as perguntas, instilando nos participantes angústia intelectual...
  • Jan Carlzon: o caso do executivo da SAS, contado e recontando naquele livro "Moments of Truth". O caso na ótica de Harvard é interessante nas abordagens específicas de configurações estratégicas, desenhos organizacionais, partes componentes e pessoas, elementos de contexto e ambiente. Eis o link para o 'verbete'  "Jan Carlzon" na Wikipedia:  http://en.wikipedia.org/wiki/Jan_Carlzon
Bom, parafraseando o gênio Stevie Wonder, "the clock on the wall says i got to go...no,no..."
Deixarei o Doubletree agora rumo ao campus da Harvard Business School, onde ficarei hospedado até o fim do programa. O 'registration'  será de 11:00 às 13:00 e o programa se inicia às 13:30.
Até o próximo post!
Obrigado aos amigos pela interação no blog! Excelentes comentários!

Riva

PS: already missing the two women of my life...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Preparation...

A preparação prévia para o GCPCL é intensa... e interessante! O volume de leitura não me assusta, pois foi assim durante toda a minha formação. O que tem instigado a minha curiosidade são as metodologias da HBS para construir os estudos de caso. Nas notas de rodapé da primeira página de cada caso há sempre um "Copyright XXXX President and Fellows of Harvard College".  É assim nas escolas de ponta do mundo inteiro, a criação de conhecimento é agenda estratégica!

Nas diretrizes do programa há uma estimativa de duas horas como o tempo ótimo para a preparação individual de um caso. A minha média, para uma leitura bastante meticulosa - a partir da metodologia deles que descrevi em posts anteriores -  gira em torno de 1:30 a 1:45hs. Curioso que a média se mantém em cases curtos (6 páginas) e longos (20 páginas).

Continuo bastante entusiasmado com a arquitetura informacional do portal dos participantes dos programas da HBS. Trata-se de uma plataforma multimídia (há textos, links, referências, vídeos, slides de powerpoint, etc.) extremamente "user friendly" e interativa (bastam no máximo 3 cliques de mouse para se chegar à informação desejada). Trata-se de um benchmark,really one of a kind!

Outro aspecto interessante é a comunicação com os coordenadores executivos do programa. Já enviei três emails com perguntas/problemas e as respostas nunca demoraram mais do que duas horas. Sempre cordiais, disponíveis e orientados aos participantes. Eu percebo nossos coordenadores da FDC com a mesma disposição.

Tenho passado horas pesquisando sobre o conceito e a estrutura do programa em fontes múltiplas pela web. O programa apresenta um conceito transversal, na abertura são apresentados os objetivos centrais e a estrutura é amparado por tópicos, como, e.g., "leadership style", "how people learn", "strategy", "leading change", "marketing", "teaching quantitative methods", "case writing", etc... Desnecessário lembrar que cada tópico é ancorado em um estudo de caso especialmente construído para tal fim.

Já li quatro casos bastante interessantes, dois dos quais em já conhecia:

1) "A fall before rising: the story of Jai Jaikumar" - (os meus marcadores aqui são business ethics, decision making,  social and public responsibility. Veremos o que aparecerá nas discussões do próximo domingo...)
2) "James Burke: a career in american business" - ( o velho caso do cianureto no tylenol na década de 1980 - aposto nos marcadores de "company credo", business ethics, decision making, crisis management, communication, re-introdução da marca, crenças e valores, tolerance to honest mistakes and so on...)
3) "How Children Fail" - ( a velha e boa discussão do ensino-aprendizado, do "espaço" vivo
 da sala de aula, interação, criatividade e libertação...)
4) "Coach Knight: The Will to Win" - ( típico caso que discute estilos de liderança.  O próximo caso é de outro coach, provavelmente com um estilo antagônico ao Coach Knight)...  O caso é sobre o técnico de basquete da NCAA Bobby Knight, um dos maiores vencedores do esporte de todos os tempos. O temperamento enfurecido e seu estilo de liderança de confronto aberto causam polêmica até hoje. Quando fiz meu intercâmbio nos EUA na década de 80, lembro-me de várias reportagens e explosões de fúria de Bobby Knight, como este vídeo aqui demonstra:



Nunca me esquceci de um discurso antológico do Bob Knight que li na "Sports Illustrated"  em uma banca de revistas do aeroporto de Salt Lake City ( também contemplado no caso!):


  • "when my time on earth is gone,

  •  and my activities are past,

  • i want that they should bury me upside down,

  • so my critics can kiss my ass"

  • (Bobby Knight addressing crowd during Senior Day ceremonies at IU in 1994)


Para encerrar, fiz contato hoje com a Professora Dorothy Leonard-Barton a pedido do Salibi da HSM (agora somente Dorothy Leonard). Eu a consultei para o meu pós-doc no ano de 2008 e mantivemos uma conversa consistente até que fomos pegos de surpresa com a prematura aposentadoria dela na Harvard Business School. A Professora Leonard foi sempre uma referência acadêmica por seus trabalhos no campo da inovação (com quem primeiramente aprendi os conceitos de exploration/exploitation) e conhecimento organizacional.  É bem possível que a tenhámos na Expomanagement HSM 2011 em São Paulo. Eis o link para o currículo e publicações da Profa. Leonard ( em especial, gosto dos livros "Wellsprings of Knowledge..."  e "Deep Smarts.. "):


Bom, é 1:10 da manhã e já não me aguento mais em pé...

Viajo nesta sexta para Boston e o próximo post será de lá!

Abraços,

Riva


segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Getting the Most From Your HBS (Harvard Business School) Experience" - Parte I

Pessoal,

o "Getting the Most From Your HBS (Harvard Business School) Experience" é um documento multimídia (web, papel, vídeo) cujo propósito é ajudar o participante a tirar o máximo proveito de sua experiência educacional na HBS.

No site dos participantes da HBS, temos acesso a vídeos das aulas que por lá aconteceram, álém de depoimentos muito interessantes de ex-participantes.

O documento apresenta a seguinte estrutura:

  1. Introdução
  2. Preparação dos casos
  3. "Tirando o máximo"de seu grupo de discussões
  4. A Experiência da Sala de Aula






É importante entender aqui, que a metodologia de casos de Havard possui um sequência tripartite: preparação individual de cada caso -> discussão de cada caso no seu grupo ( o seu 'living group') -> sala de aula de Harvard para análise, debate e conclusões mediadas pelo professor.


Eis os detalhes de cada um dos elementos da estrutura:

  1. Introdução:
    • O método de casos: "a metodologia de casos convida à uma discussão de situações reais que executivos vem enfrentando. A medida em que você lê esses casos, você se colocará na pele desses gerentes ('you will put yourself in the shoes of the managers'), analisará a situação, decidirá o que você faria, e irá para a sala de aula preparado para apresentar e sustentar as suas conclusões".  Já no início do documento, a HBS enfatiza 'over and over again' que a leitura prévia é condição sine qua non para entrar na sala de aula. Curioso que eu sempre coloquei essa imposição aos meus alunos de mestrado. Eu dizia a eles: 'caso não leiam os textos da aula, aconselho-os a não comparecer, visto que vocês terão pouco a contribuir'. A maioria dos alunos aceitava bem, uma minoria continuava na agenda xororô...
    • Como os casos te ajudam a aprender: "os casos ajudarão você a afiar as suas habilidades analíticas, visto que você deve produzir evidências quali-quantitativas para amparar as suas recomendações. Nas discussões dos casos, os instrutores desafiarão você e seus colegas a defender seus argumentos e análises. Estudos de casos possibilitam a cosntrução de conhecimento em várias matérias de gestão visto que você lidará -de forma seletiva e intensiva- com problemas de cada campo/matéria. Talvez, o benefício mais importante da utilização de casos é que ele ajudam os gestores a aprender como determinar o problema real e fazer as perguntas certas .'Asking good questions is a critical skill'."  O que me chama a atenção aqui é uma prática que utilizo há algum tempo - e aprendi a aperfeiçoar com o Prof. Chun Wei Choo durante o meu pós-doc no Canadá - para desafiar os meus alunos com perguntas (onde não há certo ou errado, a verdade se constrói no debate!) : "Qual o problema enfrentando? Qual a grande questão colocada? Por que? Como? Com quais propósito e consequências? Quais resultados eram almejados e quais foram alcançados? " Também aprrendi a responder "I don't know"... Isso me lembra muito o Método Socrático, algo que sempre me fascinou. Vou citar aqui um verbete da Wikipédia para ajudar o leitor: 'utilizando um discurso caracterizado pela maiêutica - levar ou induzir uma pessoa, por ela própria, ou seja, por seu próprio raciocínio, ao conhecimento ou à solução de sua dúvid - ) e pela ironia - levar o seu interlocutor a entrar em contradição, tentando depois levá-lo a chegar à conclusão de que o seu conhecimento é limitado''.  (BTW, esta definição precisa ser  'wikipedificada'...)
  2. Preparação dos Casos:
    • Como preparar um caso: "o uso do método de casos de Harvard começa com você, trabalhando individualmente, cuidadosamente lendo e pensando sobre cada caso. Tipicamente um tempo -em torno de duas horas de preapração para cada caso- é planejado/reservado na agenda."
    • Preparando um caso passo a passo:
      • "leia as questões de discussões/tarefas propostas pelo professor"
      • "leia os primeiros parágrafos e depois 'passe os olhos' pelo caso".  Aqui o material utiliza a expressão 'read the first few paragraphs, then skim the case'. 'SKIM', literalmente, significa 'passar os olhos', 'olhar rapidamente' (sinônimo de GLANCE). "Em linhas gerais, sobre o que é o caso e que tipo de informações me estão sendo dadas para analisar?"
      • "em seguida, leia o caso cuidadosamente, sublinhando o texto e escrevendo suas notas de texto ao longo da caminhada"
      • "anote os problemas-chave ou questões em um bloco de anotações. Leia o caso novamente"
      • "classifique/ordene/examine considerações relevantes para cada área de problema"
      • "faça as análises quantitativas e qualitativas necessárias"
      • "desenvolva um arranjo de recomendações, amparadas por suas análises nos dados do caso"
    • Preparando o caso: "realizada a sua prepração individual, é hora de perceber os benefícios de uma discussão em grupo"  Aqui cabe mencionar novamente que a fase subsequente à preparação individual é a discussão no grupo. Isso explica a nossa divisão e acomodação nos chamados "living groups" que abordei no post anterior. O meu apartamento em Harvard é conectado ao meu "living group", que é o meu grupo de discussão. Somente após a discussão do living group é que estarei preparado a entrar na sala de aula de Harvard. Muito interessante!  "as discussões dos 'living groups' não possuem o propósito de criar consenso. Ao invés disso, elas são desenhadas para auxiliar a refinar, ajustar e ampliar seu pensamento".
Bom, that's all, folks!

No próximo post - "Getting the Most from Your HBS Experience Parte II" -  discutirei as partes 3 e 4:
(3) "Tirando o máximo"de seu grupo de discussões" e (4) "A Experiência da Sala de Aula".

Comentem! Coloquem suas opiniões e experiências!

Um abraço,

Riva

 

sábado, 17 de julho de 2010

Início da caminhada...

Amigos,

a jornada do GCPCL começa bem antes da viagem para Boston, EUA. A comunicação com a Harvard Business School inicia-se por email e também pelo Portal/Intranet HBS. Eis a minha página pessoal por lá




Há duas semanas recebi pela UPS (ou FEDEX, não me lembro mais) uma pasta contendo todo o material pré-colóquio. Essa pasta contém documentos dos mais variados, como por exemplo, welcome letter do Dean, mapas do campus, logistics and lodging information, schedule + assignments and readings (vários case studies) e, naturalmente, questões para reflexão e discussão. Destaco um documento multimídia bem interessante denominado "Getting the most from your Harvard Business School Experience". Este documento pode ser lido no site ou impresso (print companions) e vários vídeos são utilizados para ilustração. Há  vídeos com depoimentos de participantes de todas as partes do mundo e um especialmente sobre o coração do programa: a experiência na sala de aula da Harvard. Esse vídeo é muito interessante e foi narrado pelo Professor David Garvin. Eis o link para a página dele em Harvard:

http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=6459

Utilizei muitos trabalhos do Garvin ao longo da minha carreira e um em especial foi muito importante para a minha tese de doutorado e livros (putz, era a referência 66 da minha tese...):

GARVIN, D. A. Building a learning organization. Harvard Business Review. Vol. 71 Issue 4, p. 78-91. Jul/Aug 1993.

Explorarei em detalhes  o "Getting the most from your Harvard Business School Experience" em meu próximo post. Para finalizar este post inaugural, algumas informações interessantes:

  • Início do Programa: 25 de julho de 2010 (Domingo!)
  • Encerramento: 05 de agosto de 2010 (haverá uma jantar de encerramento na noite anterior)
  • Trechos da "Faculty Welcome Memo"
    • "[...] It is both an opportunity and a privilege for all of us to share perspectives and to discuss “best practice” in areas including teaching methods, course design, the implications of participant-centered learning, and the scope of learning objectives."
    • "[...]The program will also be very intensive, with multiple scheduled meeting times each day and an equivalent amount of preparation and out-of-class exercises. (Saturday afternoon and Sunday will be free time.)"
  •  A acomodação durante todo o período será no Baker Hall no campus da Harvard Business School. Sensacional  o conceito deles de "living groups" e a arquitetura necessária para isso. Os "living groups" são compostos de 8 ou 9 quartos e a seleção utiliza critérios prévios de setor/indústria, origem geográfica e representação funcional. Cada "living group" é composto pelos quartos individuais + lounge comum, conforme se segue:

    • The George Pierce Baker Hall residence facility features "living groups", each with eight or nine bedrooms. The composition of each living group is determined by the administration prior to the start of the program. Every effort is made to provide a balanced diversity in each living group; industry, geographic origin and functional representation are all taken into consideration. Each living group has a common conference/lounge area. Lounge amenities include: computer, printer, 46" LCD projection monitor with laptop hookup, cable TV, DVD/VCR player, kitchenette with sink, dishwasher, refrigerator, microwave, coffee/tea maker, bottled water and juice and canned soda. Individual bedrooms include a private bathroom and basic amenities as well as a desktop computer with high-speed Internet access. Housekeeping service is provided daily (except Sundays).

  • O traje recomendado (attire)  é "business casual".

  • Missão e Valores da HBS (Harvard Business School Community Values):
    •  The mission of Harvard Business School is to educate leaders who contribute to the well-being of society. Achieving this mission requires an environment of trust and mutual respect, free expression and inquiry, and a commitment to truth, excellence, and lifelong learning. Students, program participants, faculty, staff, and alumni accept these principles when they join the HBS community. In doing so, they agree to abide by the following Community Values:
      • Respect for the rights, differences, and dignity of others
      • Honesty and integrity in dealing with all members of the community
      • Accountability for personal behavior

 Para encerrar, conheçam o mapa da HBS.  Uma vez mais, meus agradecimentos para a Fundação Dom Cabral por mais essa oportunidade!

 Um abraço,

Riva.