sexta-feira, 30 de julho de 2010

Destruído...

Pessoal,

estou exausto... embora acostumado a ler papers (em inglês) rapidamente, cada caso da HBS em média (mesma estrutura - 25 páginas no máximo, sendo 15 de textos e 10 de exhibits) e seus respectivos assignments demandam em média 2:30hs de preparação (sem contar a releitura cuidadosa ao final, que é recomendada). A nossa média/dia aqui é de 3 a 4 cases. Ao longo do programa, você compreende a lógica por trás da metodologia e tende a ter uma performance melhor. Até hoje, li todos os casos e estudei todos os tópicos do programa, procurando compreeder e analisar o desenho do programa, os objetivos de aprendizagem, a construção/estrutura da metodologia baseada unicamente em casos (é, o MBA da HBS é inteiramente case-based!) e as implicações do aprendizado centrado no participante. Esse afã implica em almoçar em 30 ou 45 min (um pouquinho mais quando o papo multicultural vale a pena!) e voltar rapidamente para o meu quarto para iniciar as leituras e análises do dia seguinte. É claro que os trade-offs aparecem: há poucas horas atrás aconteceu um show do Sting, uma turma se mandou para o Cirque Du Soleil e uns amigos mais próximos se deram uma folga e foram às compras. Resolvi ficar... e vários outros colegas também. Um colega de outra escola brasileira (somos poucos brasileiros comparados com a INVASÃO ASIÁTICA!)  reavivou uma brincadeira que há muito não ouvia: "pqp, deixa de ser CDF..."  A última vez que ouvi "CDF" estava na então denominada 4a. série do Colégio Santo Antônio... é, time flies...

Para aumentar o cansaço,  acabo de terminar um 'agigantado' tutorial online  em "quantitative methods". São 300 slides! Confesso que me diverti revendo tópicos de estatística descritiva básica, testes de hipótese, regressões e até menções a equações estruturais. Fiz vários exercícios online nos quais a dificuldade aumentava progressivamente. O tutorial na intranet da HBS é simples, amigável, intuitivo e multimídia: pequenos filmes, narrações, animações, pré-testes de avaliação, sumário, exemplos do "mundo dos negócios", etc. É também pré-requisito para iniciar o MBA da HBS  pós-admissão. Eis o template do tutorial:



 O que eu acho interessante é confirmar a minha percepção de que EAD é um complemento à sala de aula, nunca um substituto. Eis o objetivo de quantitative methods no GCPCL 2010:


The purpose of this session is to explore how quantitative material can be taught in a Participant-Centered Learning Environment. Preparation for this session requires three components:
A. Reviewing a portion of the HBS online Quantitative Analysis course
B. Preparing the Freemark Abbey case
C. Preparing to discuss how quantitative material can be taught using the case method.   
 
Bom, vamos a uma rápida atualização dos dias 27, 28 e 29/jul:

  • Schedule for Tuesday, July 27th, 2010:

    • Strategy 1: o objetivo do tópico era a demonstração de como introduzir industry analysis, positioning analysis e sustainability analyis através da metodologia de casos. O professor Stphen Bradley conduziu a sessão: http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=6428  O caso utilizado é, sem sombra de dúvidas, um dos meus favoritos até agora: Apple, Inc. (2008). Bradley teve uma performance honesta: demonstrou uma análise básica e sintética das 5 forças de Porter, sugeriu que o modelo de seu colega Michael Porter carece de mais uma força (a qual ele denominou "complement", referindo-se ao amplo escopo tecnológico disponível) e reservou alguns minutos finais para as nossas perguntas sobre o método de casos em estratégia. Na opinião dele, o que guia a classe é a discussão, não o conteúdo. Embora esse discurso seja repetido pelo pessoal da HBS ( e, é claro, querem vender as publicações da Harvad Bunisess Publishing), a discussão deve animar o debate a partir dos objetivos instrucionais/literatura. Bradely foi o primeiro a amarrar isso, embora superficialmente. O que vale mesmo é o caso em si, muitíssimo interessante: tema do momento, narrativa envolvente, dados bem correlacionados, problemas bem colocados, lacunas para discussão. Ao ler esse caso, aprendi a "recortar" melhor os casos...

    • Questioning, Listening, Feedback: essa sessão foi conduzida por Willis Emmons: http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=6453  - extremamente improdutiva... Ainda me pergunto a razão da escolha de perguntas que infantilizam os participantes e a incapacidade do facilitador em conectar perguintas e discussão às conclusões... o que continua me aborrecendo é como os tópicos de OB (organizational behavior) e liderança seduzem ao ponto de cegar... O problema (irrelevante, sequer valia a pena fazer a pergunta...) girava em torno de um professor que  - ao utilizar pela primeira vez o método de casos -  encontra-se em um dilema de abordar ou não uma aluna que se expôs na sala de aula. O professor rejubila-se ao perceber que o método de casos funciona (ai,ai...), mas não sabe se aborda ou nao a aluna ao fim da sessão. Will apresenta as suas conclusões e encerra com um comentário que por pouco não me fez pular da janela da sala no Charles River: a aluna que se calou pelo resto do semestre, retorna à HBR como associate professor... é mais do que eu consigo suportar....

    • Leadeship Change: para terminar o dia, Scott Snook retorna e consegue tornar um caso interessantíssimo em algo extremamente clichê... era o caso da SAS com o Jan Carlzon... performático, abusou dos vídeos e a discussão que ele conduziu simplesmente não bateu com as conclusões... sequer as perguntas eram relevantes... essa opinião foi a mesma de colegas mais críticos... Scott, mais vez mais, não reservou um minuto sequer para o debate acerca da metodologia... o meu feedback para ele foi: "i didn't come here for the content, but for the method..."
 
Encerrarei o post por aqui... não me aguento mais... 1:17 da manhã... 6:15 me levanto... thanks God it's friday!
 
Os dias 28 e 29 foram muito interessantes e ricos: novos conceitos, novas abordagens, muitas "cold calls" e discussões interessantes sobre a metodologia...  Fica pra próxima!  Encerro com a foto oficial dos participantes do GCPCL 2010. Até!  Riva
 
 

2 comentários:

  1. Ricardo Siqueira campos30 de julho de 2010 às 08:46

    Riva,
    Parabéns pelo relato. Extremamente interessante! Sei que isso ajuda, inclusive na absorção dos conteúdos. Esperamos mais, e isso o coloca em maus lençóis! (SIC). Forte abraço. Ricardo Siqueira.

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  2. Riva, bom dia. Sabe que segundo Roger Faligot, a invasao asiatica nas universidades top americanas, eh trabalho do servico secreto chines...rsrsrsrsrrs principalmente se os mesmos sao de Beijing, Guangdong ou ate mesmo Hong Kong.......Parabens....abs.

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