domingo, 1 de agosto de 2010

Schedule for Friday, July 30th, 2010 -

Cheguei cansado ao fim desta semana... e com sono...  poucas horas dormidas a noite... e mesmo deitado, o cérebro trabalhando a mil por hora... lembrei-me do Lobão (o cantor, não o meu colega da FDC): é melhor viver dez anos a mil, do que mil anos a dez! - Decadence avec Elegance....  :)

Esse dia é daqueles para esquecer... casos sofríveis, perguntas irrelevantes e, para piorar, a discussão e as conclusões possuíam pouca ou nenhuma conexão...

Fiquei bastante irritado... em alguns momentos acho que o nome do programa deveria ser mudado de "participant centered-learning" para "Harvard-centered-teaching"...  A impressão é que a semana poderia ter sido comprimida em apenas dois dias... BTW, fiquei sabendo que - a partir do ano que vem - o programa será bem mais curto...

A primeira sessão do dia (Marketing)  foi novamente com o Rohit Deshpande e ele utilizou um caso intitulado "Cafe de Colombia".  Trata-se de um caso de branding e value creation. Eis uma imagem do personagem criado para a campanha (Juan Valdez) e a marca:



 A metodologia foi ancorada na seguinte pergunta: "How do you create value"?  Não é preciso se esforçar muito para compreender que -  se o papo é sobre "branding" e o caso é sobre o café colombiano -  a questão subjacente deve ser algo do tipo "How do you brand a commodity?"  E bingo! Eis a estrutura - pouco inspirada - apresentada: (i) what value has FNC create?, (ii) How value was created?, (iii) Why were the ads successful? e (iv) What to do?  Olho para isso e confirmo a minha percepção de que "theory in action" é interessante, embora insuficiente. Não é necessário fazer um doutorado para perceber que a ordem dos fatores não altera o produto: Rohit usou a sequência perguntas - pastures - conclusions - plans/points of action (é minha opinião que a turma aqui da HBS tem falhado sistematicamente por não acrescentar "frameworks" a essa sequência). Contudo, se vc iniciar por plans of action e qualquer outra ordem/combinação, o resultado não se altera (faz-se necessário tb um mínimo de talento do professor...) A discussão foi bem clichê: de foco B2B a um by-pass disruptivo até os end-consumers, surgimento de novos segmentos premium (tipo Starbucks, que aliás vai mal das pernas...) que vendem a idéia do prazer e da socialização pelo café, volume, brand equity, brand awareness, mkt share, differentiation e  blá, blá, blá... A única menção metodológica foi a de que a única coisa que ele (Rohit) escreve no quadro são as respostas dos alunos oriúndas da discussão e que estejam - de alguma forma -  correlacionadas ao seu ponto de partida e seu ponto de chegada. Se um participante meio "Joselito sem noção" faz algum comentário nonsense, ele não o escreve no quadro (obrigado, eu não descobriria isso sozinho...).  Caso pobre, discussão apenas razoável, pouca "pegada" metodológica... utilizou vários recursos instrucionais: quadro negro e giz, slides, vídeos... nada mais a comentar...


Na segunda sessão - Teaching Quantitative Methods -  tivemos Paul Marshall demonstrando como a HBR ensina métodos quantitativos utilizando estudos de caso. Os alunos de MBA da HBS são obrigados a ler algo em torno de 300 casos/ano. Todo o programa é baseado em casos: pouquíssimos textbooks, livros, papers... é exatatamente aí a minha não concordânica... mas explorarei isso nas conclusões dos últimos posts do blog. A fato interessante para mim foi ter efetuado todo o tutorial de "quantitative methods". Marshall - com toda a experiência que eu aprendi a admirar ao longo da semana - usou um caso de uma vinícola cujo proprietário julgava se colheria ou não as uvas em virtude de um anúncio da possibilidade de uma tempestade. Clássica questão de probabilidades, decision analysis e decision-tree. Eis o primeiro slide dele:



 Daí em diante, o caso se desenrolava pela análise da árvore de decisão a partir das alternativas desenhadas.  No fundo, a partir de análises e julgamentos, espera-se que o participante calcule o "expected monetary value'.  Marshall é daqueles professores experientes, os anos de estrada e os vários contextos enfrentados lhe conferem tranquilidade para encarar qualquer desafio. Tenho muito respeito por essa conquista... Daí para frente, ele se utilizou fortemente de "cold calls" (perguntas direcionada a um indivíduo à queima roupa) e percebi colegas experientes em apuros. Para terminar, argumentou que utiliza cold calls e warm calls no MBA. As warm calls são perguntas combinadas com um ou outro participante antes de uma determinada aula e o objetivo é animar o debate...

Para terminar o dia, Mukti Khaire  (Bio Mukti Khaire) abordou o tópico "Designing an Elective Course: a framework to study international entrepreneurship". Essa sessão foi um desastre total e absoluto... as perguntas colocadas por ela eram absolutamente irrelevantes e  - pasmem! - ela corria pela sala... seria um treino para a maratona de NY? Um caso que tinha potencialmente algo para ser bastante interessante (Online Travel Agencies in the US, China and India - exemplos de OTA  nos EUA são expedia.com, orbitz e travelocity; na Índia: Travelguru, Makemytrip e Cleartrip; na China: cTrip e elong), tornou-se um amontoado de notícias e fontes secundárias mal utilizadas e superficiais. Não me surpeende que a eletiva dela não tenha alunos... uma das perguntas era "How is a course on international entrepreneurship different from a course on global strategy or entrepreneurship?"  Sua resposta se baseia (é ao menos uma tenbtativa de) em uma matriz 2x2 e international entrepreneurship significa um produto/idéia internacional x location of the customer inside. É o que ela denomina "copycat"... Caro leitor, vc entendeu? Fique tranquilo! Nós também não! Essa sessã foi quase uma unaminidade... às avessas.. nem ela e nenhum de nós conseguimos definir o tal "international entrepreneurship"... mas a pergunta animou as cervejas que tomamos em um pub da Harvard Square na noite de sexta (afinal, ninguém é de ferro!)

Eis algumas telas dos sites de algumas empresa OTA na Índia e na China:
















Não é a toa que a HBS vem escrevendo cases de India e China, permitindo a invasão de participantes desses países em grande escala em Boston e criando campi avançados na Ásia (como campi satélite de pesquisa): that's where the money and profitable markets will be... e o que dizer do peso da economia chinesa na econima mundial na próxima década?

Até o próximo post!

Riva



















Com o colega chileno, Rodrigo.





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